Um dia depois de admitir que poderá apresentar uma proposta fatiada de reforma da Previdência, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que as mudanças nas regras de aposentadoria devem ser votadas no primeiro semestre de 2019.
- No primeiro mês é impossível, nos primeiros seis meses com toda a certeza, o Congresso começará a votar essas propostas - disse ao deixar o QG do Exército na tarde desta quarta-feira.
Ele repetiu que antes de encaminhar o texto ao Legislativo, vai convidar os líderes partidários para começar a discutir a proposta.
- Não adianta apresentarmos uma boa proposta, um bom projeto, que acaba ficando na Câmara ou no Senado. Será o pior dos quadros possíveis - afirmou.
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Bolsonaro repetiu que seu objetivo é iniciar as mudanças nas regras de aposentadoria pela idade mínima.
- O que mais interessa, num primeiro momento, é a idade mínima. Então vamos começar com essa, é a ideia, mas pode mudar e isso não quer dizer que houve recuo, é sinal que houve mais negociação - disse.
Questionado sobre se pretende aproveitar o alto índice de aprovação que normalmente um presidente tem em seu primeiro ano de governo para votar a reforma no Congresso, ele afirmou não ter ascendência sobre os parlamentares.
- Você está me vendo como presidente já? Eu não sou presidente. Eu não tenho a ascendência sobre o parlamento. Nós sabemos que tem parlamentar que gostaria que, não são todos, que a forma de fazer política fosse a anterior. Nós respeitamos o parlamento, mas não pretendemos avançar nessas direções - respondeu.
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Em seguida, disse que pretende aprovar o projeto ainda em seu primeiro ano de governo.
- Eu pretendo, se fosse possível votaria logo no dia primeiro de fevereiro, nos temos que respeitar logicamente o calendário, a tramitação de proposições, e gostaríamos e pretendemos aprovar porque não é uma proposta minha, é do Brasil. Se continuarmos sem fazermos reformas, daqui a pouco estaremos na mesma situação que a Grécia esteve há pouco tempo. E seria um dos piores quadros no meu entender - afirmou.
Bolsonaro não soube dizer o que será priorizado na pauta econômica de seu governo, se privatizações ou a agenda de reformas.
- Como eu entendo de matemática, a ordem dos fatores não altera o produto. O que for possível fazer nós vamos fazer primeiro - disse.
Ele não detalhou quais mudanças pretende fazer na estrutura tributária ou nas leis trabalhistas.
- É uma boa pergunta para se fazer para o Paulo Guedes, o nosso posto Ipiranga.. porque é bastante complexo [questão tributária], porque vocês mesmos já escreveram que para entender o emaranhado da legislação tem que ter PhD em economia. Agora, tem muita coisa que não teve no passado, quem mergulhou o país nesse caos econômico foram os economistas daquela época, não fui eu capitão do Exército - disse ao ser questionado sobre qual reforma tributária pretende fazer.